sábado, 28 de novembro de 2009

Cultura Organizacional e a GESTÃO DE RELACIONAMENTOS

    CHAGAS, Daiana W


           Para analisar os novos paradigmas das organizações e da comunicação torna-se imprescindível, investigar, abordar os conceitos e os processos de evolução das culturas organizacionais. A  cultura organizacional vem sofrendo inúmeras mudanças, assim, o processo de relacionamentos, através da comunicação, assume uma posição estratégica nas organizações, construindo sentidos, significados e ações.

          A identificação e o reconhecimento da cultura organizacional,  para a analise das situações e perspectivas, são geralmente as primeiras ação a ser efetivadas pelo comunicólogo é o conhecimento dos públicos, políticas, crenças, história, conflitos e símbolos. O reconhecimento é uma necessidade básica de toda organização, para o planejamento é uma ação essencial e para se administrar  as mudanças, a cultura e os relacionamentos, torna-se fundamental. Visto que, as empresas estruturam a sua cultura através de diversos símbolos, rituais, mitos, heróis, histórias e tabus, os quais são fatores que influenciam nas mudanças organizacionais. Essa interação simbólica nas organizações favorece os relacionamentos interpessoais. 
         Outro fator que influencia na cultura organizacional são as novas tendências como, por exemplo, as tecnologias. Mas, muitas empresas não estão preparadas para aderir a estas novas tecnologias, devendo passar por treinamentos e por um processo de transição e implantação de uma nova cultura. Por ser formada por todos as pessoas que a constitui, uma empresa enfrenta problemas culturais quando deseja mudar de uma “empresa familiar” para uma empresa de uma “gestão moderna”, ou quando novas políticas administrativa são implementadas. Esses são alguns casos em que a cultura organizacional é um fator que deve ser sempre analisado e planejado, com cautela pelos comunicadores. Para Alves (1997, pg 119) a obtenção do apoio de pessoas que vivenciaram a cultura anterior da empresa, para que elas atuem como mediadores simbólicos entre os instantes culturais, antigo e novo, pode contribuir para a consolidação da cultura- desejada sem rupturas ou conflitos profundos.
            Para interpretar e diagnosticar a realidade de uma empresa é necessário conhecer primeiramente a  cultura empresarial, a cultura dos públicos, os seus valores e também as suas crenças. A cultura segundo os estudiosos é o que a organização é. Mas, para saber o que a organização é, precisa-se saber qual a imagem que esta tem, qual a sua reputação e principalmente, que identidade possui perante seus públicos.
            As organizações passam por mudanças, em vista de crises, expansão de negócios, introdução de novas tecnologias, novos nichos de mercado, enfim essa transação cultural influencia todo o contexto da organização, desde as suas crenças, política, formas de comunicação até mesmo no comportamento e na identidade. As mudanças devem ocorrer, sim! E são muito importantes para as pequenas, médias e grande organizações. Mas, jamais deve-se se deixar de lado as experiências e os conhecimentos adquiridos. As mudanças organizacionais deve na maioria dos casos acrescentar e não mudar totalmente. A história da organização faz parte do contexto da cultura organizacional e, por isso, a importância dos processos de treinamento, identificação de lideranças e a identificação das crenças, valores. A cultura é o que a organização é, como já havia mencionado, por isso, como uma organização, somos o que acreditamos, o que fazemos, idealizamos e pregamos.
        A imagem que vendemos é a cultura que obtemos e oferecemos. As pessoas identificam as organizações pela cultura que demonstram ter. Assim, observamos organizações preocupadas em serem sustentáveis, em desenvolver programas de cidadania, responsabilidade ambiental, investimentos maciços em comunicação interna e externa. A cultura é tão importante quanto aquilo que a organização produz.
            Para Kunsch (2009), a cultura organizacional faz parte dos processos organizacionais que atuam como elemento fundamental na construção e reconstrução das relações sociais das organizações. Para o profissional de Relações Públicas a cultura e os valores organizacionais são fundamentos e pontos de analise básicos para o planejamento estratégia da comunicação
            Devemos levar em conta que os valores humanos, valores das pessoas que trabalham na organização afetam a cultura organizacional. Após este conjunto de informações, se pode diagnosticar a cultura da organização, lembrando que a cultura organizacional oscila e tende a sofrer mudanças, mas muitas organizações por manterem uma identidade forte e legitimada perante seus públicos, possuem uma cultura organizacional reconhecida e estabelecida pelos seus públicos. E ao sofrerem mudanças, nem sempre a cultura organizacional sofre alterações e interferências.
            Cultura organizacional, segundo Alvez (1997, pg 03), é o complexo de padrões de comportamentos, hábitos sociais, significados, crenças, normas e valores selecionados historicamente, transmitidos coletivamente, e que constituem o modo de vida e as realizações características de um grupo humano. Ao passar das décadas, a importância de se ter uma cultura organizacional legitimada nas organizações, fez com que estas sentiram a necessidade de criar departamentos de comunicação e relacionamentos com os públicos, onde, programas, planejamentos e projetos voltados para este fim passaram a serem desenvolvidos. É muito comum em grandes bancos, organizações, cooperativas, rede de lojas, um departamento de relacionamentos e a preocupação com a cultura organizacional. Pois, cada vez mais as pessoas, que fazem parte de uma rede, necessitam se relacionar com o meio no qual estão inseridas.
            Muitas organizações/empresas fecham as portas, pois não conseguem  reposicionar a sua marca, perdem clientes e a imagem organizacional passa a ser identificada negativamente pelos seus públicos. Mas, aquelas que mantinham uma política de relacionamento com os seus públicos ou procuraram através de estratégias manter bons relacionamentos, não só continuaram com suas portas abertas, mas  reposicionaram-se no mercado, conquistaram novamente seus clientes, reconheceram seus erros e através das relações públicas, mantiveram as políticas de relacionamentos. Não deveria ser dessa forma, mas muitas organizações só percebem o quanto a gestão de relacionamentos e a comunicação são capazes de mudar situações de crise, quando estão no meio do “turbilhão”. Correr esse risco faz com que a organização/empresa perceba tarde demais que não estava projetada para expandir, sofrer mudanças e ser competitiva.  
              Percebemos a importância da cultura organizacional, nos momentos em que muitas organizações/empresas passam por  transformações, mudanças e  influencias em  meio à globalização, crises, fusões e aquisições, podendo conforme suas políticas comunicacionais cada vez mais melhorar seus índices de competitividade e relacionamentos. Para que isso aconteça, elas dependem quase que exclusivamente dos relacionamentos entre as pessoas que fazem parte da rede da empresa (públicos). Neste processo de gestão o olhar estratégico para determinada situação, analise situacional e para as políticas comunicacionais, compõem o trabalho das relações públicas na construção de relacionamentos e para a passagem de um processo, sofre a sustentação da cultua organizacional.
            Numa sociedade contemporânea, moderna e virtual na qual nos encontramos, os relacionamentos são diversos, as formas de dialogo são inúmeras, mas as controversas, as crises, desastres ambientais, boatos e escândalos também. As organizações assim como as pessoas vivem e sobrevivem de imagem, credibilidade, confiança e de mudanças.

              A cultura atua sobre as atividades, políticas, serviços, comunicação e empregados. Assim, posso dizer que uma organização sofre múltiplas influencias de vários meios, estes internos e externos, os quais compõem a cultura da organização. Que as empresas não só devem, mas precisão e devem desenvolver relacionamentos com seus públicos é fácil perceber, mas é difícil e complexo para muitas empresas criar os seus programas de Gestão de Relacionamento e a inserção de novas culturas. Pois, nem todas estão estruturadas e preparadas com profissionais que trabalhem com estratégias de relacionamento e possuem uma visão moderna dos seus públicos. Para estabelecer relacionamentos, o profissional de relações públicas é o mais indicado em vista de seu perfil e a sua qualificação. O uso estratégico da comunicação é capaz de qualificar praticas gerenciais, melhorar o desempenho operacional, promover mudanças significativas nas relações da instituição com os seus diversos públicos e agregar valor a organização. As relações públicas têm como propósito atuar como um elemento de criação de uma rede de relacionamentos capaz de integrar objetivos dos diversos públicos da organização, buscando administrá-los por meio da comunicação, participação, consenso e criação de compromisso.
            Assim, a comunicação não é somente usada para disseminar informações, mas também, é usada como uma estratégia para que a organização mantenha uma boa imagem, bons relacionamentos, alcance metas e objetivos. O processo comunicacional esta e deve estar em todas as atividades da organização. Conhecer, diagnosticar e planejar a cultura organizacional, é extremamente importante para as organizações, até mesmo em momentos de crise, onde se torna primordial conhecer a cultura e trabalhá-la para possíveis mudanças culturais. O processo de comunicação deve ser transparente, ético e tenha por objetivo estreitar relacionamentos, conquistar credibilidade, competitividade, qualidade e permanência. O seu empoderamento é percebido em organizações que se comunicam com os seus funcionários e estes se comunicam com os gestores e com os diversos públicos, ou seja, um via de mão dupla.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Da telenovela à sala de aula: conflitos e aprendizagens




Acessar artigo: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-1460-1.pdf

Experiência em desenvolver este projeto:

A experiência de estudar a realidade da educação representada na novela “Caminho das Índias” e cruzar com a realidade da Escola Estadual Amália Germano de Paula, foi gratificante e construtivo. Possibilitou acreditar em uma educação transformadora. O contado direto com os alunos, com o ambiente escolar e professores, fez com que eu entendesse, criticamente, a relação entre o que a mídia aborda e o que a escola trabalha com seus alunos. Antes de realizar o primeiro contato tive medo de entrar em contradição entre os grupos focais de professores e alunos, mas isso não aconteceu. O maior desafio se deu com os professores, pois apenas um deles não enfrentava nenhum tipo de problema indisciplinar. Chamou-me atenção a interação entre a escola, a comunidade e a família. Essa aproximação e co-responsabilidade possibilitou que a escola desenvolvesse atividades comunitárias com seus diversos públicos, contribuindo com seu objetivo maior, o de formar jovens cidadãos.
A experiência não foi totalmente primária para mim, como filha de educadores, acompanho há anos a realidade da educação escolar. Mas, o elo entre a educação e a mídia me fez observar e analisar essa realidade sobre um novo viés. Tanto na vida profissional como pessoal esta experiência fará parte do meu perfil e das minhas percepções. Entendo agora, que tudo é conseqüência da educação! 

                                                                                                                                                       Daiana Weber Chagas

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Gerenciamento de Crises: reputação e imagem organizacional

CHAGAS, Daiana W

            Nesta primeira década do século XXI,  presenciamos perspectivas organizacionais muito evoluídas e diversas de um ano para o outro. As crises dentro das organizações são cada vez mais constantes, ou seja, as mudanças fazem parte das políticas e da cultura organizacional de uma forma  permanente e definitiva para a sua inclusão e inter relação com a sociedade e seus stakeholders. Isso faz com que a profissão de relações públicas, conquiste no meio profissional, cada vez mais  um espaço solidificado pela constante busca por estratégias para permanecer e  desenvolver a reputação, identidade e imagem organizacional. As relações com os públicos estratégicos tem se dado de uma forma segmentada,  estratégica e eficaz pelas organizações, em vista, deste novo perfil e comportamento dos públicos e dos profissionais, que  estão mais exigentes.
            A identidade, imagem e reputação, são importantes para o desenvolvimento e o posicionamento da organização. Conseqüentemente são importantes, também, para o gerenciamento de conflitos e crises. Para isso, esses conceitos devem ser trabalhos e gerenciados pelas relações públicas, com o objetivo de alcançar o êxito profissional, em que a conquista de uma boa reputação e uma imagem favorável.
         Uma reputação estável se sustenta no alinhamento entre discurso institucional e a prática organizacional, desafio que perpassa os conceitos de identidade e imagem. Para obter uma boa reputação a organização precisa primeiramente trabalhar a sua identidade. Para a autora, Ana Luisa de Castro Almeida (2009),  a identidade corporativa é como a administração apresenta suas idéias ao público externo, por meio de comportamentos, produtos e comunicação. A identidade organizacional  é o relacionamento que se desenvolve entre os empregados e a organização como um todo. Em seu texto, traz a idéia de Albert Whetten, que diz que, a identidade organizacional é o que é considerado pela maioria dos empregados como essência da organização, o que faz a organização se distinguir de ouras e o que é percebido como estável ao longo do tempo.
            Em tempos de crise e de pós-crise mundial e outros tipos de crise nas organizações, não necessariamente econômicas, mas de relacionamento com os públicos, políticas de comunicação etc. A imagem da organizações principalmente a sua reputação torna-se muito mais que estratégia, mas essencial para os negócios e permanência no mercado. A identificação dos públicos com a organização, se dá  primeiramente  através do conhecimento de suas necessidades afetivas e emocionais, as quais dão sentido ao pertencimento e ao comprometimento no qual se estabelecem as relações entre a organização e seus membros. A partir desse primeiro diagnóstico, procura-se conhecer outros fatores de motivação. É importante conhecer esse processo de identificação, em vista que, as organizações passam constantemente por mudanças, as quais, podem alterar atributos fundamentais e, como conseqüência, provocam modificações na identidade da organização.
            A identidade corporativa exerce forte papel na diferenciação e no reposicionamento da organização, por meio do uso adequado de símbolos, logotipo, slogans e comunicação, os quais são criados e utilizados como instrumentos para guiar um alto nível de conscientização sobre o que a organização deseja expressar a identidade a grupos internos e externos de seu relacionamento. A partir da percepção e da interpretação da identidade pelos seus distintos públicos que a imagem corporativa é constituída. A imagem refere-se a uma impressão vivida e holística de uma organização, sofre modificações e adição de novas informações, é a forma com que as pessoas enxergam uma organização. È a percepção e a inter relação dos públicos com a organização.
            Assim, devido a diversidade sociocultural nas organizações, a introdução de novos valores e tecnologias, faz com que as organizações passem por mudanças, devido a competitividade, tendências e a globalização. Mudanças, exige um posicionamento e ações dos relações públicas, para a permanecia da imagem da organização.  Algumas empresas ao passarem por mudanças, sofrem drásticas interferências em sua imagem organizacional, conseqüentemente em sua identidade e algumas até podem a vir ficarem  com a uma reputação negativa diante seus públicos.
            Em tempos de  crise, os gestores voltam-se para o  alicerce da organização, a reputação. Que  é a representação coletiva das ações e dos resultados da organização, mediante a qual se descreve sua  habilidade em  gerar valores para os múltiplos stakeholders ao longo dos anos. Assim, a reputação é construída ao longo dos anos e tem como base as ações e os comportamentos da empresa. A imagem difere da reputação.  A imagem é a opinião mais recentes que o público tem da organização. Já a reputação, é a construção de imagens durante algum tempo, através do julgamento de valores sobre suas qualidades, é o credito de confiança, o bom nome, familiaridade e reconhecimento da organização diante seu público.
            Por isso, torna-se imprescindível ao profissional de relações públicas o gerenciamento da reputação,  de uma forma estratégica e planejada, visando ações que através da sustentação de uma boa imagem, identidade e construção de uma reputação solida diante aos  stakeholders a organização possa assim trabalhar o gerenciamento de crises  organizacionais. Uma boa reputação pode evitar  crises internas e externas da  empresa.
           O Relações Públicas é o gestor, tanto da comunicação, informações, imagem, identidade, reputação, crises e conflitos.  Assume um papel de liderança eficaz, que percebe as oportunidades mediante as crises e mobiliza seus recursos, processos e estruturas, enfrentando e vencendo, as exigências postas pela  situação e, por isso, em muitos processos de crises, empresas ao invés de  fecharem as portas acabam por se fortalecerem no mercado. Assim, uma das responsabilidades do RP é diagnosticar, planejar, agir, perceber e interagir.
            O Relações Públicas trabalha para o fortalecimento da reputação e da imagem de uma organização. A área de Relações Públicas possui um papel estratégico na articulação dos processos de comunicação, busca oportunidades para agregar novos valores e novas atitudes, despertar para soluções criativas dos problemas explicitados, almejando a eficácia comunicacional entre organização e seus stakeolders.

Referencias:

KUNSCH, Margarida Kroling (Org). Comunicação Organizacional: Linguagem, Gestão e Perspectivas. Vol II. São Paulo: Saraiva, 2009. (cap 9. Identidade e reputação organizacional: conceitos e dimensões da práxis – Ana Luisa de Castro Almeida)
KUNSCH, Margarida Kroling (Org). Relações Públicas: História, teoria e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009. (Cap 12 – Relações Públicas: mediação sistêmica no gerenciamento de conflitos e  crises organizacionais – Cintia da Silva Carvalho.)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Relações Públicas e Comunicação Integrada




CHAGAS, Daiana W
            Muito se tem falado em processo comunicacionais e principalmente na importância de se estabelecer políticas de comunicação, através das relações públicas nas organizações. Ao trabalharmos a comunicação organizacional nas empresas de 2009, implica principalmente planejar uma comunicação de forma integrada. Isso, ocorre devido à globalização mundial em que vivemos e os reflexos da crise, bem como a introdução crescente de meios tecnológicos dentro das organizações. O relações públicas, portanto assume um papel neste contexto extremamente estratégico, gerenciando e promovendo a comunicação organizacional. Com isso, a comunicação organizacional não pode ser considerada apenas um instrumento estratégico, sob a perspectiva da oficialidade.
            A comunicação integrada é a união do trabalho de comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna e da comunicação administrativa, que foram o mix, o composto da comunicação organizacional. Esta integração de trabalhos, bem como de profissionais, possibilita ações estratégicas e táticas de comunicação mais pensadas e trabalhadas com vistas na eficácia.
            Para Kunsch (2003), as tecnologias, não só facilitam o processo de comunicação, mas revolucionam o meio. Assim, se faz necessário políticas de relações públicas. Pois, a comunicação organizacional deve constituir-se num setor estratégico, agregando valores e facilitando, por meio de relações públicas, os processos interativos e as mediações da organização com os seus diferentes públicos, a opinião pública e a sociedade em geral.
            Baldissera (2002), diz que, a comunicação formal mantém uma relação direta com a necessidade de informação e comunicação da organização e públicos, visando objetivos organizacionais. Segundo ele, a comunicação informal não pode ser planejada pela organização. Devido a potencializarão da comunicação informal que esta constantemente sujeita aos avanços tecnológicos. As tecnologias reconfiguram a comunicação formal e informal nas empresas, redefinindo as noções de espacialidade e temporalidade. As novas tecnologias, tais como internet, telefones celulares, notebooks e microcâmaras, redesenham os espaços da comunicação informal e redefinem os procedimentos estratégicos. As tecnologias também permeiam aos públicos romper com barreiras espaços-temporais.
            Para Kunsch (1999), importância da comunicação integrada, que reside principalmente no fato de ela permitir que se estabeleça uma política global, em função de uma coerência maior entre os diversos programas comunicacionais, de uma linguagem comum de todos os setores e de um comportamento organizacional homogêneo, além de se evitarem sobreposições de tarefas. A eficácia nas organizações passa pela valorização das pessoas como indivíduos e cidadãos.
            A comunicação institucional procura construir a credibilidade da organização, tendo como proposta básica a influência político-social e a criação e consolidação de sua personalidade. A comunicação mercadológica compreende toda manifestação gerada em torno dos objetivos de vendas de uma organização. Estando vinculado ao marketing de negócios, à propaganda comercial, à promoção, às feiras e exposições, ao merchandising, à demonstração pessoal e a outras práticas que utilizam mensagens persuasivas. A comunicação interna visa propiciar meios para promover maior integração dentro da organização, compatibilizando os interesses desta e dos empregados, mediante o estímulo ao diálogo, à troca de informação e experiências e à participação de todos os níveis. A comunicação administrativa é a que se relaciona com os fluxos, os níveis e as redes formal e informal de comunicação, que permitem o funcionamento do sistema organizacional. É através de uma gestão estratégica, que o relações públicas, pesquisa, diagnostica, planeja a comunicação, administra e pensa ações.
            A gestão da comunicação organizacional se faz através de políticas de relações públicas, que devem estar voltadas para a comunicação interna e externa. Como afirma Kunsch(2003), a área de relações públicas, dentro de uma concepção moderna, tem um papel importante na “administração da percepção” e da leitura do ambiente social. A importância da comunicação interna pode ser analisada do lado dos empregados e do lado das organizações. A comunicação interna deve contribuir para o exercício da cidadania e para a valorização do homem. A comunicação interna permite que os colaboradores estejam bem informados e a organização e a organização antecipe respostas para suas necessidades e expectativas. Isso ajudará a mediar os conflitos e a buscar soluções preventivas.
            Em uma assessoria de comunicação integrada, gerenciam-se projetos e ações de  comunicação institucional, mercadológica, administrativa, jornalismo, relações públicas, publicidade, assessoria de imprensa, imagem corporativa, editoração multimídia,  identidade corporativa, marketing, que visam uma boa gestão de comunicação organizacional e integrada. Para, kunsh(1999), as relações públicas, no composto da comunicação integrada, desenvolvem principalmente o que di respeito à formação de públicos e ao seu relacionamento com as organizações. Para isso, valendo-se de todas as técnicas disponíveis e enfrentamento as diversas faces do processo de planejamento, buscam as melhores estratégias para cercar todos os públicos, complementando muitas vezes até mesmo a atividade de propaganda, que procura atingir o público-alvo de forma massiva. As relações públicas, pelo fato de trabalhar com uma grande variedade de públicos, sente a necessidade de usar uma comunicação dirigida a cada um deles. Dependendo do público, usa-se um veiculo determinado, com linguagem apropriada e especifica.
            Sua função essencial é administrar e gerenciar a comunicação das organizações  com os seus diferentes públicos, com vistas à construção de uma identidade corporativa e de um conceito/imagem institucional positiva diante à opinião pública e á sociedade em geral. Com base em pesquisas e em planejamentos de comunicação e de relações publicas, encontrar as melhores estratégicas comunicaionais para prever e enfrentar as reações dos públicos e da opinião pública. As relações públicas, enquanto atividade profissional, trabalha com questões que dizem respeito à visibilidade interna e externa, bem como à construção da identidade corporativa das organizações.
             Assim, o profissional deve ter: a capacidade de aprender e reaprender; saber lidar com ambigüidade; ter pensamento estratégico; capacidade de inovação e principalmente atuar na perspectiva de comunicação integrada. Além de buscar o equilíbrio entre o interesse da organização e o interesse público.


Referência Bibliográfica


Kunsch, Margarida Maria K. Relações Públicas a filosofia da comunicação integrada. In: Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: SUmmus. 2003.
BALDISSERA, Rudimar. Comunicação total, excelente, integrada: A (re)afirmação do óbvio. Texto apresentado na XXV Intercom, Salvador, 2002.
Kunsch, Margarida Maria K. Gestão Integrada da comunicação organizacional e os desafios da sociedade contemporânea. In: Comunicação e Sociedade. São Bernardo do Campo/UMUSP, nº 32,1999, PP.69-88.


Tem relações, tem comunicações, esta nas organizações!

COMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃOCOMUNICAÇÃO


CHAGAS, Daiana W

             Relações Públicas promove e administra relacionamentos. E a importância desses relacionamento esta diretamente ligado a prevenção e o gerenciamento de conflitos, através de estratégias e programas de comunicação. O Profissional em sua função de gestor da comunicação da organização, bem como, o ator principal que desenvolve atividades de responsabilidade social, por exemplo. 
        As relações públicas trabalha principalmente com o lado institucional e coorporativo das organizações. Elabora estratégias comunicacionais de relacionamento, programas de comunicação, também gerencia  conflitos. Kunsch(2003), diz que, cabe ás relações públicas gerenciar o processo comunicativo dentro das organizações. Buscam criar e assegurar relações confiantes ou formas de credibilidade entre as organizações e os públicos com os quais elas se relacionam.
            O planejamento estratégico da comunicação organizacional enfatiza valores e facilita processos e mediações, assim como aproxima a organização com os seus públicos. Uma ferramenta muito utilizada pelos RPs é o marketing. O marketing, como área administrativa e estratégia, visa atingir o mercado. Agregar valor econômico e ajudar na consecução dos objetivos mercadológicos das organizações. Para Kusnch(2003), as relações públicas desenvolvem atividades em parceria com o marketing e em apoio a ele, mas fica subentendido que elas têm funções distintas.



         Marketing..... o termo usado! brincadeiras a parte, o marketing é uma   ferramenta estrategica usada pelos RP, sob os termos: MKT institucional, MKT social, MKT institucional, MKT verde, MKT de relacionamento, MKT corporativo, MKT de vendas etc

        
        Relações Públicas desenvolve diversas funções dentro de uma organização: função administrativa, estratégica, mediadora e política. Uma das atribuições importantes de relações públicas é o trabalho com as questões relacionadas a visibilidade interna e externa e á identidade corporativa das organizações.A comunicação é um organismo essencial e indispensável para que as relações públicas possam interceder relacionamentos organizacionais com a diversidade de públicos, a opinião pública e com a sociedade. Almeja a estabilização entre os interesses das organizações e os de seus públicos.
            Mas quase em todas organizações, existem problemas na comunicação, ou seja, barreiras comunicacionais. Para Kunsch(2003), barreiras são os problemas que interferem na comunicação e a dificultam. São “ruídos” que prejudicam a eficácia comunicativa. As barreiras gerais ou comuns podem ser de natureza mecânica, fisiológica, semântica ou psicológica.
            Em uma organização á diversas formas de comunicação e de estabelecer relacionamentos. Este, podem ser formais ou informais. Informal são as relações sociais entre as pessoas e formal é a que procede da estrutura organizacional, de onde ocorre a troca de informações pelos mais diferentes veículos impressos, visuais, auditivos, eletrônicos, telemáticos. A rede informal é variável, transmite informações extra-oficiais e boatos. Também ocorrem em diferentes fluxos: descendente, ascendente e horizontal.
            Segundo Giselle Grando(2008), a falta de informação ou a sua ausência cria uma condição de ambigüidade que se torna um terreno fértil para o surgimento de boatos. O elevado grau de ansiedade e insegurança vai facilitar o seu aparecimento que expressará as tendências inconscientes de um grupo. Cabe às relações públicas planejar e trabalhar a comunicação da organização e principalmente evitar os boatos.
            No contexto atual da globalização em que vivemos, ressalto a citação da Aberp, a qual diz que, numa economia em crise, como a nossa, relações públicas é uma alternativa para maximizar o retorno dos investimentos em comunicação.
            A preocupação com questões relacionadas ao social, ao meio ambiente e a sustentabilidade, tornou-se uma atividade básica de relacionamento de uma organização com a sociedade. È dever das organizações a construção da cidadania. Segundo o Instituto Ethos a responsabilidade social faz parte da gestão das organizações.   A comunicação organizacional faz parte do processo administrativo de uma organização, sendo esta, um meio de se estabelecer relacionamento entre públicos. 
Referência Bibliográfica

Kunsch, Margarida Maria K. A Comunicação nas Organizações. In: Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003
Grando, Giselle  Bruno. Redes Informais por um diálogo interno mais eficaz. In: Faces da Cultura e da Comunicação organizacional. São Paulo: Difusora: 2008.
Kunsch, Margarida Maria K. Relações Públicas nas organizações. In: Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Relações Publicas e a gestão de relacionamentos nas organizações




 CHAGAS, Daiana W


            Para analisar os novos paradigmas das organizações e da comunicação torna-se imprescindível, investigar e abordar os conceitos e os processos de evolução de teorias administrativas, da gestão de relacionamentos e conseqüentemente a informação e a comunicação nas organizações, sob estratégias do profissional de Relações Públicas. Torna-se assim, essencial discutir o processo da gestão de relacionamentos, através da comunicação que assume uma posição estratégica nas organizações, construindo sentidos, significados e ações.
            Os relacionamentos das organizações com os públicos são o grande foco estratégico nos últimos anos da função de relações públicas. Em 1923, Hawthorne em seus estudos, já chamava a atenção para as necessidades afetivas dos empregados. Em 1907 constatou-se que a possibilidade dos empregados se comunicarem e interagir influenciava na satisfação, motivação e nas relações de trabalho. Na Escola de Relações Humanas se percebe que os conflitos internos interferem na lucratividade e na produção. Surge assim, um primeiro olhar para as estratégias de relacionamento através de ações e programas de comunicação nas organizações. Em 1923, Elton Mayo em suas pesquisas mostra o valor da afetividade nas relações de trabalho. As pesquisas apontam duas funções básicas: a econômica e a social. A parir deste período preocupam-se com a satisfação e as necessidades iniciais dos funcionários, bem como o fluxo de integração e informação.
            Para a introdução destas perspectivas, a primeira ação a ser efetivada é o conhecimento dos públicos pelo comunicólogo. O reconhecimento é uma necessidade básica de toda organização, para o planejamento é essencial e para administrar os relacionamentos é primordial. Para Gruning, os profissionais de relações públicas, necessitam de uma forma mensurar os relacionamentos para propor programas de comunicação de curto prazo que contribuem para a qualidade dos relacionamentos a longo prazo. (2009 pg 94). Um relacionamento de credibilidade, parceria e confiança, possibilita em muitos casos a resolução de problemas e conflitos. Bons relacionamentos geram comprometimento, trocas de conhecimento, informação e satisfação dos públicos.
            Que as empresas não só devem, mas precisam desenvolver relacionamentos com seus públicos é fácil perceber, mas é difícil para as empresas criar os seus programas de Gestão de Relacionamento. Pois, nem todas estão estruturadas e preparadas com profissionais que trabalhem com estratégias de relacionamento e possuem uma visão moderna dos seus clientes. Para estabelecer relacionamentos, o profissional de relações públicas é o mais indicado em vista de seu perfil e a sua qualificação. Este deve antes de tudo, conhecer os seus públicos e definir a políticas e diretrizes da organização.
            A razão de ser das relações públicas concentra-se no relacionamento com as pessoas que compõem os multipúblicos de uma organização. È por isso que se pode dizer que a ação das relações públicas concentra-se no planejamento e no gerenciamento das políticas permanentes da relação organização/públicos. (FRANÇA, 2004, pg 13) É comunicando que este pode fazer com que todos se tornem produtores, receptores de informação e geradores de comunicação. Para Bordenave, a comunicação é um produto funcional da necessidade humana de expressão e relacionamento. (BORDENAVE, 2004 pg 45)
            Vistos pelas  organizações como a base para a sobrevivência e a permanecia no mercado,  uma  política eficaz é que da sustentação as demais ações e projetos. Numa sociedade contemporânea, moderna e virtual na qual nos encontramos, os relacionamentos são diversos, as formas de dialogo são inúmeras, mas as controversas, as crises, desastres ambientais, boatos e escândalos também. As organizações assim como as pessoas vivem e sobrevivem de imagem, credibilidade, confiança e de mudanças.
            Muitos autores identificavam os públicos de uma organização, sendo estes internos e externos, hoje não podemos mais classificá-los dessa forma, devido a diversidades de públicos e relacionamentos estabelecidos. Os públicos são segmentados, variados e muito diferentes um do outro. Segundo França (2004), reconhecer a importância dos Públicos é um fator estratégico, pois as relações se diferenciam de publico para público, exigindo do relações públicas, programas e planejamento de relacionamento voltado para cada um desses
            Desenvolver e destacar o relacionamento institucional com os públicos estratégicos, identificando oportunidades e necessidades de comunicação da instituição com a sociedade, seja em situações harmônicas ou controversas, são funções do relações públicas.   A eles cabe a responsabilidade de planejar e liderar de maneira permanente  e uniforme, a relação e a comunicação da organização com diversas pessoas. Pessoas que possuem desejos, sentimentos, necessidades e, que cada vez mais se tornam complexas, exigindo do gestor, estudo, conhecimento, cautela, atualização e ações voltadas para cada segmento. As transformações sociais e organizacionais demonstram que essas categorias não mais correspondem à realidade enfrentada pelas empresas na relação com os públicos, focalizados hoje como nichos específicos, aos quais deve ser digerida a ação das empresas. (FRANÇA, 2004, pg 33)
            Nesse contexto, Gruing (2009, pg 74) diz que, as relações públicas contribui para a gestão estratégica ao construir relacionamentos com os públicos que influenciam ou ao contrario que por eles são influenciados, dessa feita, os públicos podem apoiá-los ou dissociá-los da missão da organização. A introdução cada vez mais significativa no mercado de trabalho, tem sido conquistado por este fator estratégico da profissão de Relações públicas, a gestão de relacionamento com os públicos.
            Muitas organizações/empresas fecharam as suas portas, pois não conseguiram reposicionar a sua marca, perderam clientes e a imagem organizacional passou a ser identificada negativamente pelos seus públicos. Mas, aquelas que mantinham uma política de relacionamento com os seus públicos ou procuraram através de estratégias manterem bons relacionamentos, não só continuaram com suas portas abertas, mas  reposicionaram-se no mercado, conquistaram novamente seus clientes, reconheceram seus erros e através das relações públicas, mantiveram as políticas de relacionamentos. Não deveria ser dessa forma, mas muitas organizações só percebem o quanto a gestão de relacionamentos e a comunicação são capazes de mudar situações de crise, quando estão no meio do “turbilhão”. Correr esse risco faz com que a organização/empresa perceba tarde demais que não estava projetada para expandir, sofrer mudanças e ser competitiva.  Em relação a isso, França, diz que os públicos pertencem ao relacionamento continuo e necessário da organização, garantindo-lhe a sobrevivência e o apoio ostensivo às suas atividades e contribuindo para criar um conceito favorável da empresa junto a opinião pública”.(2004, pg 121)
            A competitividade entre as empresas, marcas e produtos esta cada vez mais acirrada, os clientes, consumidores e os próprios funcionários das empresas/organizações tornaram-se mais exigentes e segmentados. Esse contexto, propõe uma atitude ativa e efetiva em relação aos públicos, procurando de uma forma eficaz, dialógica e estratégica a manutenção desses. O marketing de relacionamento não é apenas uma ferramenta ou uma ação, mas sim, é hoje um fator de competitividade e permanecia em mercados maduros.
            O marketing de relacionamento é visto pelas organizações como uma importante “estratégia” de gestão, essencial na introdução e no desenvolvimento de relações. Para França (2009, pg 233)  “o marketing de relacionamento é o processo de estabelecer e manter relacionamento de longo prazo mutuamente benéficos entre organizações e seus clientes, empregados e outros  grupos”.
            As empresas dependem essencialmente de alguns públicos para a construção e implantação de negócios. O objetivo da empresa no relacionamento com seus públicos é construir uma imagem solida, de confiança, de ética, de parcerias e de bons negócios. Ao se relacionar com seus públicos, a empresa /organização visa também encontrar meios de sobrevivência, ou seja, de manter-se no mercado, principalmente em momentos de crise. Pois, são em momentos de lançamentos de novos produtos, marcas, vendas, crises que as empresas, através de seus bons relacionamentos, observam a conquista e a aprovação da opinião pública, a sua legitimidade de suas atividades, imagem e negócios. “Negociação significa relacionamento, isto é, não há negociação sem que duas partes estejam se relacionando” (WANDERLEY, 1998, pg 85)
            Assim, a comunicação não é somente usada para disseminar informações, mas também, é usada como uma estratégia para que a organização mantenha uma boa imagem, bons relacionamentos, alcance metas e objetivos. O processo comunicacional esta e deve estar em todas as atividades da organização. Mas, somente estar não é suficiente, a comunicação precisa ser gerenciada e trabalhada, para que sirva como um fator de influencia positiva nas atividades da organização. O processo de comunicação deve ser transparente, ético e tenha por objetivo estreitar relacionamentos, conquistar credibilidade, competitividade, qualidade e permanência. O seu empoderamento é percebido em organizações que se comunicam com os seus funcionários e estes se comunicam com os gestores e com os diversos públicos, ou seja, um via de mão dupla.

Referência:

KUNSCH, Margarida Maria K (org). Comunicação Organizacional: Histórico, fundamentos e Processos. Vol I. São Paulo: Saraiva, 2009. (cap 5, cap 8 e cap7)